No fim de semana passado, aproveitando a presença de alguns dos melhores atletas do mundo em Arronches, o grupo de selecção (bem como outras dezenas de orientistas que se juntaram depois) teve a oportunidade de estar alguns minutos à conversa com Thierry Guergiou, o actual nº1 da orientação mundial, e já detentor de 10 medalhas de ouro em campeonatos do mundo. O atleta proporcionou-nos palavras, seguramente sábias, sobre vários assuntos que abordarei de seguida e no final respondeu a algumas questões.
França tem hoje em dia vários atletas de topo na orientação, sendo mesmo uma das melhores selecções do mundo, e se há 10 anos perguntássemos se isto iria ser assim, talvez a resposta mais óbvia fosse um "não".. Com muito trabalho e vários anos de dedicação, os resultados começaram a aparecer e a realidade agora é completamente diferente. Porque não acreditar que este será também o futuro da Orientação Nacional? Temos bons técnicos, temos bons terrenos e bons mapas, e acima de tudo temos atletas muita vontade, muita ambição e muito amor à modalidade.
A capacidade física deverá ser sempre a componente mais fácil de treinar, já que cada um pode fazê-lo sozinho diariamente, sem a necessidade de grandes recursos. Para treinar a componente técnica, podemos não ter os recursos financeiros suficientes para andar de país em país a treinar e a participar em competições internacionais, mas temos certamente excelentes e variados tipos de mapas, os quais são bastante apreciados pelos atletas estrangeiros e temos ainda a grande vantagem de podermos praticar orientação durante o inverno, o que não se passa na maioria dos países europeus, pelo que para o Campeão do Mundo, "Portugal is the best place to train orienteering during the winter!".
Temos então as condições ideais para nos podermos preparar para as competições lá fora, sendo ainda assim fundamental pelo menos uma deslocação até aos terrenos semelhantes aos da prova, pois só desta forma é possível ficar com uma noção mais exacta e promover uma melhor adaptação ao que se irá encontrar posteriormente na data da competição.
Já lá fora, é habitual encararmos os adversários com um complexo de inferioridade. Este é outro aspecto a mudar! O próprio Thierry admitiu que há uma década atrás olhava para os atletas nórdicos como se estes fossem superiores a si, algo que hoje é completamente absurdo. TG disse mesmo que "they used to laugh at us, but now it will not happen anymore". É fundamental acreditarmos nas nossas próprias capacidades, pois sem esta auto-confiança é impossível chegar a algum lado. Esta mentalidade tem já vindo a ser implementada nos atletas das selecções jovens pelo Tiago Aires, o que já permitiu alcançar alguns resultados de destaque.
Foi questionado ao Guergiou quais as 3 palavras que ele define serem a chave do sucesso. Ele respondeu então que eram "Dream, Commitment, Experience". Se realmente queremos lutar por algo, é fundamental termos o SONHO. Este é a base de tudo, é nele que vamos pensar diariamente, é com ele que vamos imaginar o nosso futuro, é com ele que vamos ter força para ultrapassar os momentos mais difíceis, é por ele que vamos assumir o COMPROMISSO. Por vezes são necessários vários anos para conseguir alcançar o sonho, e é durante todo esse tempo que temos de nos comprometer a cumprir o que for necessário para alcançá-lo. Muitas horas de treino e menos horas de diversão, uma alimentação mais correcta em detrimento de outros excessos, madrugar ao fim de semana em vez de ficar na cama até ao meio-dia... E logo desde início é necessário ir ganhando EXPERIÊNCIA, há que agarrar todas as oportunidades que surgem para fazer progressos, temos de aproveitar todos os momentos, todos os treinos e todas as provas para poder praticar mais e mais. Na orientação este é um factor essencial! Para além da experiência que podemos ir obtendo nas nossas provas e treinos, é também muito importante viajar e conhecer outros terrenos, ir às competições lá fora, estar habituado a correr contra os melhores, viver a orientação noutros países, onde por vezes o espírito é bastante diferente.
Todas estas palavras, vindas de quem vieram, tornaram-se certamente numa grande fonte de inspiração para todos os orientistas que as ouviram. É preciso tê-las sempre em mente!
No final tivemos ainda direito a tirar uma foto, que será depois exposta no centro de estágios da federação, na Marinha Grande.
A capacidade física deverá ser sempre a componente mais fácil de treinar, já que cada um pode fazê-lo sozinho diariamente, sem a necessidade de grandes recursos. Para treinar a componente técnica, podemos não ter os recursos financeiros suficientes para andar de país em país a treinar e a participar em competições internacionais, mas temos certamente excelentes e variados tipos de mapas, os quais são bastante apreciados pelos atletas estrangeiros e temos ainda a grande vantagem de podermos praticar orientação durante o inverno, o que não se passa na maioria dos países europeus, pelo que para o Campeão do Mundo, "Portugal is the best place to train orienteering during the winter!".
Temos então as condições ideais para nos podermos preparar para as competições lá fora, sendo ainda assim fundamental pelo menos uma deslocação até aos terrenos semelhantes aos da prova, pois só desta forma é possível ficar com uma noção mais exacta e promover uma melhor adaptação ao que se irá encontrar posteriormente na data da competição.
Já lá fora, é habitual encararmos os adversários com um complexo de inferioridade. Este é outro aspecto a mudar! O próprio Thierry admitiu que há uma década atrás olhava para os atletas nórdicos como se estes fossem superiores a si, algo que hoje é completamente absurdo. TG disse mesmo que "they used to laugh at us, but now it will not happen anymore". É fundamental acreditarmos nas nossas próprias capacidades, pois sem esta auto-confiança é impossível chegar a algum lado. Esta mentalidade tem já vindo a ser implementada nos atletas das selecções jovens pelo Tiago Aires, o que já permitiu alcançar alguns resultados de destaque.
Foi questionado ao Guergiou quais as 3 palavras que ele define serem a chave do sucesso. Ele respondeu então que eram "Dream, Commitment, Experience". Se realmente queremos lutar por algo, é fundamental termos o SONHO. Este é a base de tudo, é nele que vamos pensar diariamente, é com ele que vamos imaginar o nosso futuro, é com ele que vamos ter força para ultrapassar os momentos mais difíceis, é por ele que vamos assumir o COMPROMISSO. Por vezes são necessários vários anos para conseguir alcançar o sonho, e é durante todo esse tempo que temos de nos comprometer a cumprir o que for necessário para alcançá-lo. Muitas horas de treino e menos horas de diversão, uma alimentação mais correcta em detrimento de outros excessos, madrugar ao fim de semana em vez de ficar na cama até ao meio-dia... E logo desde início é necessário ir ganhando EXPERIÊNCIA, há que agarrar todas as oportunidades que surgem para fazer progressos, temos de aproveitar todos os momentos, todos os treinos e todas as provas para poder praticar mais e mais. Na orientação este é um factor essencial! Para além da experiência que podemos ir obtendo nas nossas provas e treinos, é também muito importante viajar e conhecer outros terrenos, ir às competições lá fora, estar habituado a correr contra os melhores, viver a orientação noutros países, onde por vezes o espírito é bastante diferente.
Todas estas palavras, vindas de quem vieram, tornaram-se certamente numa grande fonte de inspiração para todos os orientistas que as ouviram. É preciso tê-las sempre em mente!
No final tivemos ainda direito a tirar uma foto, que será depois exposta no centro de estágios da federação, na Marinha Grande.
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| Os atletas do grupo de selecção de Portugal com o Thierry Guergiou e com a Emma Kingenberg |
O primeiro estágio para o grupo de selecção jovem vai acontecer já este fim de semana. Podem consultar o programa aqui.
Na semana passada foi publicada uma entrevista minha no Orientovar. A mesma pode ser lida aqui.
Mariana
Na semana passada foi publicada uma entrevista minha no Orientovar. A mesma pode ser lida aqui.
Mariana
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